7 de dezembro de 2009

Iremar Marinho pede anistia política

O jornalista e advogado alagoano Iremar Marinho
ingressou, na Comissão de Anistia Política
do Governo Federal, um processo para reaver seus direitos,
inclusive seu emprego público federal,
que lhe foi usurpado pela ditadura militar, em 1976.

Iremar Marinho era funcionário concursado
do antigo INPS (hoje INSS) e perdeu o emprego
de agente administrativo, injusta e arbitrariamente,
por participar de atividades "contra a Segurança Nacional",
conforme alegaram seus "carrascos", travestidos
de gestores públicos, que faziam o serviço sujo
contra defensores da liberdade e da democracia, no país.

O jornalista, então acadêmico de Direito da Universidade
Federal de Alagoas, atuava pelo PC do B, na clandestinidade,
e participava da redação, edição e distribuição dos jornais
e outros impressos do Diretório Acadêmico da Faculdade
de Direito e do Diretório Central dos Estudantes,
juntamente com seus colegas Dênis Agra, Breno Agra, Freitas Neto,
Eduardo Bomfim, Aldo Rebelo, Jefferson Costa, Norton Sarmento,
Fernando Costa, Nabor Bulhões, Raul Pinto Paes, Gonçalves de Queiroz,
entre outros integrantes da esquerda estudantil, em Alagoas.

Sua demissão do emprego público ocorreu na véspera do Natal,
por decisão dos órgãos de repressão, transmitida
ao então superintendente do INPS em Alagoas,
Nelson André do Nascimento, com influência direta
do então secretário de Pessoal do órgão,
Linésio Cavalcante, irmão do general/governador/
deputado federal/senador Luiz Cavalcante.

O pedido de anistia política de Iremar Marinho está
minuciosamente documentado, para garantir
sua indenizãção/reversão ao emprego,
com aposentadoria automática, uma vez que
o tempo-limite já foi alcançado.
Ele é hipetenso e sequer tem plano de saúde.

Iremar Marinho também vai reivindicar a sua nomeação
para o cargo de Fiscal do Trabalho da DRT-Alagoas,
para o qual foi aprovado em 16º lugar, mas o governo
manobrou para que ele não fosse nomeado, transferindo
sua vaga para o Estado do Pará, onde foi nomeado
um protegido dos próceres da ditadura já morta.

Marinho foi ainda aprovado no concurso de Juiz de Direito
do Tribunal de Justiça de Alagoas, na prova mais difícil:
Conhecimentos de Direito, sendo reprovado, por uma margem
insignificante de pontos, na prova prática, a mais fácil,
que consistia na elaboração de uma sentença.

O advogado e jornalista foi também aprovado,
em 33º lugar, no concurso para Coordenador Técnico
do Tribunal de Justiça de Alagoas, não sendo nomeado,
ao contrário da parentela de juízes, desembargadores
e apadrinhados, alguns com nota inferior a sua.

O século passado, no Brasil, registrou 36 anos
de ditaduras (15 anos de Getúlio Vargas e 21
do regime militar de 1964), todas perseguindo
seus opositores, demitindo dos empregos,
prendendo, expulsando do país, cassando o direito
de livre expressão, fechando casas legislativas
e interferindo no Poder Judiciário, de modo acintoso,
por fim, torturando e matando cidadãos
considerados subversivos, como foram os casos
dos alagoanos Jaime Miranda e Manoel Fiel Filho.

5 comentários:

  1. Faço agradecimentos especiais, neste final de 2009, a Nanda Lym, Tânia Meneghelli e Pedro Luso,
    por acompanharem este Bestiário da Imprensa, irmão do Bestiário (poético) Alagoano.
    Vamos continuar nos encontrando/nos visitando em 2010, que virá, por certo, pleno de realizações para todos!

    Abraços

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  2. J. Araújo,
    Sou grato por sua visita e felicitações de ano novo, que retribuo,
    desejando um 2010 repleto de conquistas para você.
    Abraços

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  3. Sucesso nesta luta pelos seus direitos! Estou na torcida por vc.

    Luciana F. Oliveira

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  4. Amiga Luciana,
    Mesmo com atraso (tive problemas sérios de notebook), agradeço pelo seu apoio e solidariedade nesta luta.
    Abraços,

    Iremar Marinho

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