Iremar Marinho
Ao meu pai Manoel Marinho
- Que divindade reúne
Miasmas desintegrados
E bóreas inomeados
Para formar nebulosas?
- Um deus desmemoriado,
Qual demiurgo deforma
O tempo para em seguida
Refazê-lo como névoa?
- Não é o cosmo tecido
Como teia pela aranha,
Mas esculpido ao fogo
Soprado por mil demônios.
Ó homem marcado, dai
Lugar a quem, sem sinal,
Passa incólume sob o crivo
Dos detentores da morte.
Atentai ao que está mudo
(Não-falado-aquém-do-som),
Ao quase que nunca é,
Ao rumor de ventos dantes.
Atentai à flor da pedra,
À prostração do vazio,
Ao raio feito delírio,
Aos lírios ensanguentados.
Olá Iremar, muito prazer!
ResponderExcluirMuito obrigada por me seguir no blog "Se eu Flor de Morango". Então, fiquei curiosa e cá estou para lhe visitar em seu espaço de letras.
Seu poema é forte, mas me fez sorrir... Por que traz o fogo sagrado que esculpe flores nas pedras.
Abraços, obrigada,
Madalena Barranco
Olá, Madalena,
ResponderExcluirPrazer o meu ao descobrir seu doce blog,
que começa com o belo trocadilho em flor.
Ora, se o poema traz o fogo sagrado
esculpindo flores nas pedras, e lhe faz sorrir,
então, para mim, já cumpriu sua função,
que pode ser para todas as utilidades ou nenhuma.
Obrigado pela visita e comentário.
Volte sempre com sua poesia em flor de morangos.
Iremar Marinho